Acordo histórico pelo fim de projetos à carvão

G7 demonstra que o cerco aos projetos de carvão está aumentando/Foto: Saffir Maki/Greenpeace

O grupo das sete economias mais ricas do mundo, o G7, chegou a um acordo histórico para o encerramento do financiamento para projetos de energia a carvão nos países em desenvolvimento, o que representa um dos passos mais decisivos para o abandono desse combustível fóssil na próxima década, informa o ClimaInfo.

Depois de dois dias de conversas entre ministros de meio ambiente e energia do G7, todos se comprometeram a acabar com qualquer tipo de apoio financeiro para projetos de carvão até o final deste ano. Além disso, os países também reafirmaram o fim da geração elétrica a carvão em suas economias até 2030.

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Nessa linha, os países do G7 assinalaram que pretendem alinhar suas estratégias de financiamento internacional oficial com os objetivos nacionais e internacionais de redução de emissões de carbono e neutralidade líquida até 2050, de maneira “consistente” com a meta de limitar o aquecimento do planeta em 1,5ºC neste século.

O anúncio do G7, no entanto, não aconteceu sem seus percalços. O Japão, um dos maiores financiadores internacionais de projetos de carvão, resistia em definir um prazo mais imediato para acabar com esse financiamento. O principal argumento de Tóquio era que a China, que não faz parte do G7, poderia substituir o capital japonês nesses projetos de energia, com critérios menos exigentes que poderiam resultar em usinas termelétricas menos eficientes e mais poluentes.

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Desafio chinês

A decisão do G7 representa um desafio à estratégia de diplomacia climática do governo chinês de Xi Jinping: afinal, ao mesmo tempo em que Pequim se compromete com metas climáticas mais ambiciosas, o país segue bastante dependente do carvão, especialmente depois do baque econômico causado pela pandemia.

O Financial Times destacou a reação do Japão e da Austrália ao relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) sobre os caminhos para a neutralidade líquida das emissões de carbono até 2050. Os dois países, grandes consumidores e apoiadores de fontes fósseis de energia, afirmaram que as recomendações feitas pela IEA não mudarão suas políticas energéticas e reforçaram que a queima desses combustíveis no curto prazo não inviabiliza seus compromissos climáticos de médio e longo prazo – a despeito de várias análises técnicas apontarem o contrário.

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