Camilla Horizonte

Camilla ValverdeDescarte correto de lâmpadas fluorescentes: compromisso com um agora mais sustentável

As mudanças climáticas são um dos maiores problemas enfrentados pela sociedade atual, e a má gestão de resíduos também contribui com essa problemática causando a poluição atmosférica, hídrica e do solo, além de ocasionar danos à saúde das pessoas.

Mas, o que é gestão de resíduos?

De forma simples, é o processo pelo qual um resíduo passa desde sua geração até sua disposição final. Isso inclui atividades como coleta, transporte, tratamento, reciclagem e disposição final, seja de pessoas jurídicas ou pessoas físicas. O objetivo é garantir a proteção ao meio ambiente, a promoção da sustentabilidade e a minimização de impactos negativos para o meio ambiente e a sociedade.

Hoje, a gestão de resíduos, enfrenta desafios complexos que exigem, entre outras ações, maior conscientização, integração, fiscalização e aumento na capacidade de coleta. Por outro lado, novas tecnologias e sistemas, surgem rapidamente permitindo que os processos sejam otimizados e modernizados, reduzindo a quantidade de resíduos que vão para aterros, estimulando a inovação, economizando energia e minimizando os impactos ambientais.

As entidades gestoras, responsáveis por realizar a gestão de diversos tipos de resíduos como, por exemplo, eletrônicos, óleo de cozinha, pilhas, baterias de chumbo ácido, entre outros, têm o papel fundamental de garantir o cumprimento da legislação por todos os envolvidos no ciclo de vida do resíduo e garantir a sua coleta e destinação ambientalmente correta.

Quando se trata de lâmpadas fluorescentes, que contêm metais pesados como o mercúrio, o descarte inadequado pode levar à contaminação do solo, dos lençóis freáticos, do ecossistema dos rios e até mesmo prejudicar a saúde humana caso seja consumido algo contaminado.

Importância da destinação ambientalmente correta de lâmpadas fluorescentes

  • Redução da contaminação ambiental: As lâmpadas fluorescentes, quando descartadas no lixo comum ou coleta seletiva, podem ter seu destino final em algum lixão ou aterro inadequado para resíduos perigosos. O descarte ambientalmente correto é essencial e garante que todos os componentes sejam descontaminados, evitando a contaminação do meio ambiente;
  • Reaproveitamento de recursos: Quando descontaminados, os componentes da lâmpada, a depender das legislações estaduais, podem retornar à cadeia produtiva, evitando a extração de novos recursos naturais, além de promover a economia circular. O reaproveitamento de recursos, em conformidade com as devidas regulamentações, não apenas ajuda a proteger o meio ambiente, mas também garante a conformidade legal das empresas e organizações envolvidas no processo de reciclagem;
  • Prevenção de impactos negativos na saúde: Ao dar o destino certo para lâmpadas fluorescentes, evita-se a contaminação do solo, da água, do ecossistema, de alimentos e recursos que podem ser consumidos por pessoas. Os efeitos do mercúrio na saúde podem variar dependendo da quantidade e do tipo de exposição, e incluem impactos no desenvolvimento infantil, problemas neurológicos e respiratórios, danos renais, problemas cardiovasculares entre outros.

A Reciclus, entidade gestora responsável pela logística reversa de lâmpadas com mercúrio no Brasil, atua na implementação de pontos de entrega para que pessoas físicas possam descartar suas lâmpadas gratuitamente. E, atualmente, conta com mais de 3,9 mil pontos em todo o país, localizados em estabelecimentos de fácil acesso para os consumidores, como lojas de materiais de construção, supermercados e lojas de iluminação. Os endereços podem ser consultados no site da entidade, clicando em “Onde Descartar”.

Além da logística reversa de lâmpadas, a Reciclus trabalha de forma contínua a educação ambiental por meio de suas campanhas, com grande foco nas crianças e jovens por meio do programa Reciclus Educa, que tem por objetivo oferecer gratuitamente materiais educativos para professores e alunos de escolas públicas e privadas.

*Camilla Horizonte – Gerente de Operações e Marketing da Reciclus.

—————————————————————————-

Quais são os reflexos da Política Nacional de Resíduos Sólidos para as lâmpadas fluorescentes?

Você já parou para pensar no que fazer com as lâmpadas queimadas em sua casa? E quanto ao óleo de cozinha usado, pilhas velhas e aparelhos eletrônicos obsoletos?

Esses são apenas alguns exemplos dos resíduos que produzimos em nossas residências, e a forma como lidamos com eles pode ter um grande impacto no meio ambiente.

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), cada pessoa no país produz uma média de 343 quilos de lixo por ano, totalizando cerca de 80 milhões de toneladas. No entanto, grande parte desse volume pode ser reaproveitada através da reutilização ou reciclagem.

Mas, antes de mergulharmos mais fundo nesse assunto, vamos entender a diferença entre lixo e resíduo. Lixo é aquilo que jogamos fora porque não tem mais utilidade direta para nós; enquanto resíduo é um termo mais amplo que engloba materiais que podem ser transformados em recursos úteis por meio de processos como a reciclagem.

Vamos considerar o caso das lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio, vapor de mercúrio ou luz mista. Essas lâmpadas contêm mercúrio em sua composição, o que as classifica como resíduos perigosos. Por esse motivo, elas jamais devem ser descartadas no lixo comum ou no reciclável. O descarte inadequado dessas lâmpadas pode representar riscos significativos para a saúde humana e para o meio ambiente, pois o mercúrio pode contaminar o solo, lençóis freáticos, rios, vegetação e animais ali presentes, como, por exemplo, o peixe que pode ser consumido com frequência por pessoas de uma comunidade ribeirinha ou cidades litorâneas – que, muitas vezes, tem a alimentação predominantemente de frutos do mar.

É nesse contexto que a Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), desempenha um papel fundamental. Essa legislação contém dispositivos essenciais que visam enfrentar os principais problemas ambientais, sociais e econômicos derivados do descarte impróprio de resíduos sólidos. Além disso, ela propõe medidas para a prevenção e redução da geração de resíduos, incentivando a reciclagem, reutilização e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

Um dos aspectos mais importantes da PNRS é a instituição da responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos. Isso significa que todos os envolvidos no ciclo de vida de um produto – desde os fabricantes e importadores até os distribuidores, comerciantes e a população em geral – têm responsabilidade sobre o destino adequado dos resíduos que geram.

Cada um que está envolvido nesse ciclo tem um papel distinto, porém complementar ao longo do processo. Dessa forma, as empresas precisam assumir a responsabilidade pela destinação ambientalmente adequada dos produtos que colocam no mercado; os estabelecimentos devem disponibilizar locais com coletores de resíduos visíveis e de fácil acesso para população, e os consumidores, por sua vez, precisam estar conscientes da importância de descartar corretamente seus resíduos, como as lâmpadas queimadas ou não utilizadas, por meio dos pontos de entrega gratuitos.

Com isso, a implementação eficaz da logística reversa de lâmpadas deve abranger a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final ambientalmente adequada dos resíduos. E isso vale não somente para as lâmpadas, mas também para medicamentos, pneus, óleos lubrificantes, eletrônicos, entre outros.

Para a Reciclus, entidade gestora responsável pela destinação ambientalmente correta das lâmpadas fluorescentes, é importante direcionar seus esforços na educação ambiental de todos os seus públicos, desde crianças até adultos, com o objetivo de levar o senso de pertencimento e de cidadania, ampliando o número de lâmpadas coletadas. Atualmente, já são mais de 39 milhões de lâmpadas entregues nos coletores e 3,8 mil pontos de entrega espalhados por todo o país, em mais de 600 municípios. Para localizar o ponto mais próximo de sua residência, se tornar um ponto ou obter os materiais de educação ambiental direcionado para educadores e educadoras, acesse: www.reciclus.org.br.

*Camilla Horizonte – gerente de Operações e Marketing da Reciclus.