O novo passo da Airbus rumo às aeronaves de emissão carbono-zero

A aeronave de teste de voo A380 MSN1 para novas tecnologias de hidrogênio está sendo modificada para transportar tanques de hidrogênio líquido e seus sistemas de distribuição associados.

A Airbus revelou nesta quarta-feira, 30 de novembro, que está desenvolvendo um motor de célula de combustível movido a hidrogênio. O sistema de propulsão está sendo considerado como uma das possíveis soluções para equipar suas aeronaves de emissão carbono-zero que entrarão em serviço em 2035.

A companhia começará a testar em solo e voo a estrutura de motor de célula de combustível a bordo de sua aeronave de demonstração ZEROe em meados da década. A aeronave de teste de voo A380 MSN1 para novas tecnologias de hidrogênio está sendo modificada para transportar tanques de hidrogênio líquido e seus sistemas de distribuição associados.

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“Células de combustível são uma solução em potencial para nos ajudar a alcançar nossa ambição de emissão carbono-zero e estamos focados em desenvolver e testar essa tecnologia para entender se é possível e viável para a entrada em serviço de uma aeronave de emissão carbono-zero em 2035”, disse Glenn Llewellyn, vice-presidente de Aeronaves de Emissão Carbono-Zero da Airbus.

“Em escala, e se as metas tecnológicas forem alcançadas, os motores de célula de combustível podem ser capazes de alimentar uma aeronave de cem passageiros com um alcance de aproximadamente 1.000 milhas náuticas. Ao continuar investindo nessa tecnologia, estamos nos dando opções adicionais que irão informar nossas decisões sobre a estrutura de nossa futura aeronave ZEROe, cujo desenvolvimento pretendemos lançar no período de 2027-2028.”

Alternativa promissora

A Airbus identificou o hidrogênio como uma das alternativas mais promissoras para alimentar uma aeronave de emissão carbono-zero, porque não emite dióxido de carbono quando gerado a partir de energia renovável, sendo a água seu subproduto mais significativo.

Existem duas maneiras pelas quais o hidrogênio pode ser usado como fonte de energia para propulsão de aeronaves. Primeiro, através da combustão de hidrogênio em uma turbina a gás; segundo, usando células de combustível para converter hidrogênio em eletricidade para alimentar um motor de hélice. Uma turbina a gás de hidrogênio também pode ser acoplada a células de combustível em vez de baterias em uma estrutura híbrida-elétrica.

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Benefícios adicionais

Células de combustível de hidrogênio, especialmente quando empilhadas juntas, aumentam sua potência, permitindo escalabilidade. Além disso, um motor alimentado por células de combustível de hidrogênio produz zero emissões de NOx ou rastros, oferecendo assim benefícios adicionais de descarbonização.

A Airbus vem explorando as possibilidades de sistemas de propulsão por células de combustível para a aviação há algum tempo. Em outubro de 2020, a Airbus criou a Aerostack, uma joint venture com a ElringKlinger, uma empresa com mais de 20 anos de experiência como fornecedora de componentes e sistemas de células de combustível. Em dezembro de 2020, a Airbus apresentou seu conceito de cápsula, que incluía seis sistemas removíveis de propulsão por hélice com célula de combustível.

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