Cúpula dos ODS será utilizada para alavancar ‘Nossa Agenda Comum’

Na metade do caminho para 2030, ONU diz que o mundo está muito longe de alcançar as metas globais
Na metade do caminho para 2030, ONU diz que o mundo está muito longe de alcançar as metas globais

Por ONU News

A ONU realizará em setembro, em Nova York, a Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), evento que será promovido em meio a semana de alto nível das Nações Unidas, que contará com a participação de chefes de Estado e governo.

Na segunda-feira, 13 de fevereiro, uma sessão da Assembleia Geral da ONU analisou a estratégia referente à Nossa Agenda Comum.

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Na ocasião, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, repetiu o apelo aos países do grupo das principais economias globais (G20) para que concordem com um estímulo global aos ODS de pelo menos US$ 500 bilhões por ano para apoiar os países do Sul Global, até a Cúpula de setembro.

O secretário-geral falou da passagem de um ano e meio após a publicação do seu relatório Nossa Agenda Comum. No pronunciamento aos 193 Estados-membros, ele apontou um ano de progressos importantes com o avanço em perdas e danos em negociações climáticas e o reconhecimento do direito a um meio ambiente limpo, saudável e sustentável.

Para Guterres, a Cúpula da Educação Transformadora, o Acelerador Global de Empregos e Proteção Social, que reuniu o grupo das 20 principais economias globais, e a criação do Escritório da Juventude da ONU são passos significativos para as mudanças necessárias.

Armas nucleares

O chefe da ONU declarou, no entanto, que o mundo deve ir mais a fundo em temas como clima, conflito, desigualdade, insegurança alimentar e armas nucleares para a quais se está mais perto do limite do que nunca.

Segundo ele, os mecanismos coletivos de solução de problemas não acompanham o ritmo ou a escala dos desafios.

O líder da ONU defende que as atuais formas de governança multilateral foram criadas para o passado e “claramente não são adequadas ao momento atual de um “mundo complexo, interconectado, em rápida mudança e perigoso”.

Para o secretário-geral, a fragmentação da resposta global e a fragmentação do mundo se sustentam. Ele destacou que a ocasião era para transformar ideias sobre a Nossa Agenda Comum em ação.

Guterres enfatizou que a estratégia visa turbinar a Agenda 2030 e tornar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável uma realidade na vida das pessoas em todos os lugares.

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Recuperação do tempo perdido

Na metade do caminho para 2030, o mundo está muito longe de alcançar as metas globais. Ele sublinhou que a recuperação do tempo perdido envolve abordar “lacunas e desafios que surgiram desde 2015”, incluindo as que se observam na cooperação intergovernamental.

Por isso, a Cúpula dos ODS, em setembro, é para António Guterres uma peça essencial do trabalho da organização neste ano, e deve marcar um progresso significativo.

O secretário-geral pede que o evento culmine com “uma Declaração Política ambiciosa dos Estados-membros, que deve reconhecer as mudanças de longo alcance necessárias nos níveis nacional e global”.

Nesse sentido, ele pediu um compromisso claro de resgatar os objetivos globais, criando visão nacional para a transformação, fundamentada em planos, marcos de referência e compromissos concretos.

Compromisso

O chefe da ONU ressaltou que é preciso impulsionar investimentos e ações para alcançar as metas globais, assumindo o compromisso de não deixar ninguém para trás nas leis e na política.

A recomendação é que sistemas internacionais relacionados a finanças, comércio, dívida e tecnologia funcionem para os países em desenvolvimento, e não contra eles.

Este ano, o Secretariado publicará 11 declarações políticas com ideias a servirem de reflexão para os Estados-membros, destacou António Guterres. A questão da igualdade de gênero estará saliente em todas as publicações.

Os temas incluirão uma nova agenda para a paz, finanças, resposta a choques, cooperação digital, integridade de informação, uso do espaço, progresso na educação, participação de jovens na tomada de decisões e aptidões para o século 21.

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