Para atingir a neutralidade de carbono, mundo precisa de planos “limpos e viáveis”

Usar o vento para produzir energia tem menos efeitos no meio ambiente que outras fontes de energia.
Foto | Jutta Benzenberg/Banco Mundial

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu na terça-feira, 23 de março, para todos os países, empresas e instituições financeiras se comprometerem com neutralidade de carbono com planos “limpos e viáveis” para atingir a meta, começando imediatamente.

Em uma reunião ministerial sobre ação climática, o chefe da ONU reiterou que 2021 é um ano que é “tudo ou nada” para conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC, como estabelecido no Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.

“Nós precisamos viabilizar planos coerentes para cortar as emissões em 45%, comparado aos níveis de 2010, até 2030”, disse Guterres instando os países a apresentarem, ou reapresentarem, Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) ambiciosas “com caráter de urgência”.

Ele também pediu aos bancos de desenvolvimento e doadores para comprometerem metade do financiamento climático anual para adaptação e garantia de que esses recursos sejam acessíveis aos mais vulneráveis.

Neutralidade climática e neutralidade de carbono: qual é a diferença?

“Eliminar o carvão”

Junto a isso, o secretário-geral também enfatizou a necessidade de um “avanço para o fim do carvão”. “Eliminar progressivamente o carvão é o passo mais importante para limitar o aumento de temperatura em 1,5ºC. Nós devemos acabar com o financiamento de energia a base de carvão. Nenhuma usina de carvão nova deve ser aprovada”, disse, ressaltando que o carvão deve ser eliminado até 2030 nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e mundialmente até 2040.

Em particular, o chefe da ONU convocou as nações do G7 para “assumirem a liderança, comprometendo-se com isso na cúpula de junho”. Os países do G20 deveriam fazer o mesmo, acrescentou.

A Covid “não pode atrasar” a ação climática

Guterres também alertou contra quaisquer atrasos para a ação climática, incluindo a pandemia do coronavírus.

Ele instou países a “avançarem imediatamente” com negociações virtuais em reparo pela 26ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) para a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que será realizada no mês de novembro, em Glasgow.

“Uma resolução bem sucedida na COP-26, incluindo os Artigos 6 e 13 do Acordo de Paris a respeito dos mercados de carbono e transparência, depende desse esforço”, destacou, evidenciando “total apoio” da organização “para garantir que todos os países estejam incluídos e todas a vozes sejam ouvidas”.

Senso de urgência da Agenda 2030 é ainda maior com a pandemia

Convocado pelo Canadá, China e União Europeia, a Reunião Ministerial sobre a Ação Climática (MoCA) é um encontro anual com ministros e representantes de diversos países, incluindo o G20 e os líderes de partidos fundamentais para as negociações climáticas da ONU.

Devido à pandemia, o evento de alto nível foi realizado em um ambiente virtual.

(Via ONU News)

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