Número de usuários de bikes compartilhadas mais que dobrou na América Latina

33% dos usuários de bicicletas compartilhadas veem bikes como alternativa de modais para irem ao trabalho
Ao todo, 33% dos usuários de bicicletas compartilhadas veem bikes como alternativa de modais para irem ao trabalho/Foto: Divulgação/Tembici

Um estudo recente realizado pela Tembici, líder em tecnologia para micromobilidade na América Latina, teve como foco a utilização de bicicletas compartilhadas por diferentes gerações. O objetivo foi mostrar a evolução da micromobilidade nos últimos anos e mapear as principais necessidades, motivações e anseios dos usuários que utilizam o compartilhamento de bike em suas rotinas.

Fatores como recessão mundial, preocupação com a saúde do planeta, impactos da pandemia e busca por flexibilidade mudaram o modo como as gerações consomem e vivem a micromobilidade. Os dados mostram que o número de pessoas usuárias de bicicletas compartilhadas da Tembici aumentou 123% desde 2018 na América Latina.

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O estudo mostrou que os Millennials (nascidos entre 1981 e 1995) são o grupo de maior representatividade, seguidos da Geração X (1960 a 1980) e Z (1996 e 2010). Este aumento contínuo é reflexo de uma série de fatores.

Trata-se de uma geração que representa quase 49% da base de usuários que usam este modelo de transporte no Brasil hoje. Sua busca por flexibilidade, bem-estar e consumo consciente são fortes fatores de decisão para este número tão grande.

Alternativa sustentável aos demais meios de transporte

A base de dados mostra ainda que cerca de 33% dos usuários da Tembici usam a bicicleta como alternativa a carros e outros modais individuais para se locomover ao trabalho, com maior destaque para as gerações Z e Millennials. Já 59% das pessoas que usam o modal consideram um fator importante a existência de ciclovias próximas ao local de escolha de uma nova casa.

O serviço de bicicletas compartilhadas da Tembici só pode ser usado a partir dos 18 anos, isso significa que parte da Geração Z ainda é impossibilitada de ter acesso ao sistema por questões legais. Mas o crescente número destes usuários ao longo dos anos indica que a sua presença tende a aumentar cada vez mais nos próximos seis anos, quando os últimos nascidos em 2010 chegarão à idade adulta.

A geração Z se destaca quando analisamos o investimento financeiro em bicicletas compartilhadas nos últimos três anos. Eles têm assumido um crescimento de 39% na base de clientes nos últimos cinco anos.

Além disso, cerca de 32% dos entrevistados afirmaram que não usavam bikes antes do modelo de compartilhamento, mostrando como o serviço é um potencial porta de entrada para novos pedalantes. Já 40% afirmam que aumentaram a quantidade de pedaladas depois de iniciar o uso dos sistemas de bicicletas compartilhadas da Tembici.

Tomás Martins, CEO da Tembici explica que o crescente número de pedalantes atende a dois desejos fundamentais: oferecer uma alternativa de deslocamento eficiente e econômica e criar uma forma de se relacionar com as cidades, de maneira sustentável e humanizada.

“O ato de compartilhar nunca foi tão habitual quanto nos dias de hoje. Facilmente é possível identificar uma rotina na qual as pessoas substituem a necessidade de possuir para dar lugar a uma mentalidade focada em utilizar apenas quando se precisa. E essa é a base do que hoje conhecemos como economia compartilhada”, observa Martins.

Ida e volta ao trabalho

Outro levantamento feito pela Tembici também mostra um aumento expressivo na ida e volta ao trabalho com bicicleta compartilhada, principalmente com bicicleta elétrica, onde os percentuais de uso das bikes elétricas entre homens para locomoção diária ao trabalho é de 60% maior que o uso das bikes comuns, enquanto entre as mulheres, o uso da e-bike é o dobro da comum.

A e-bike expande a possibilidade de uso diário, uma vez que facilita deslocamentos mais longos, com diferentes relevos e exige menos esforço de quem pedala. Também por esta razão, ela permite a muitas pessoas, que antes combinavam diferentes modais em seus trajetos, usem agora apenas a bike para se locomover.

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E é com base nesse aumento de uso que ainda em 2023, a Tembici aumentará em 220% sua frota de bicicletas elétricas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, passando a ter 2 mil modais elétricos disponíveis em cada cidade. Com a expansão, as cidades tornam-se os maiores sistemas de bicicletas elétricas compartilhadas da América Latina.

Vereador André Fraga (PV)
Vereador André Fraga (PV)

Bike no metrô

Em Salvador, o vereador André Fraga (PV) lançou um abaixo-assinado para que passageiros do metrô de Salvador tenham mais horários disponíveis para embarcar com bicicleta no transporte público. A campanha pede que o embarque seja das 9h às 16h e das 19h às 22h, em dias úteis, e durante todo o período de funcionamento em finais de semana e feriados. A petição pode ser assinada no link bit.ly/bike-no-metro até o dia 24 de setembro.

Atualmente, as bikes só são bem-vindas no metrô a partir das 20h, em dias úteis, e a partir das 14h, aos sábados, além de domingos e feriados. “Em um modelo de cidade mais sustentável, a bicicleta tem que ser uma prioridade e não ficar restrita aos períodos de menor circulação de passageiros no metrô. Por isso, vamos lutar para que haja o aumento na integração entre esses dois modais”, argumenta o vereador.

A medida é inspirada no que já foi feito em outras cidades do Brasil e do mundo, como Amsterdã, Londres, Madrid, São Paulo e Porto Alegre. Esse último município já permite embarque com bicicletas, em dias úteis, das 9h às 16h e das 19h às 22h, como requerido para Salvador.

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