Ocultado na COP-26, desmatamento da Amazônia tem maior alta em 15 anos

Taxa anual de desmatamento da Amazônia tem maior alta desde 2006

Depois de muito mistério, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou na quinta-feira, 18 de novembro, os números consolidados do sistema Prodes sobre o desmatamento na Amazônia no período de agosto de 2020 a julho de 2021.

Os dados são de cair o queixo: o desmatamento registrado nesse período atingiu 13.235 km2, um aumento de 22% em relação aos 12 meses anteriores (10.851 km2 entre agosto de 2019 e julho de 2020) – estes números equivalem a mais de oito vezes o tamanho do território da cidade de São Paulo.

Essa é a maior taxa anual de desmatamento desde 2006, quando a Amazônia perdeu 14.286 km2 de vegetação.

O número também consolida uma tendência específica do governo Bolsonaro: nos três primeiros anos de gestão, a taxa de desmatamento consolidada pelo Prodes ficou acima dos 10 mil km2.

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De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT), os dados do Prodes estavam prontos desde o mês passado, mas só foram divulgados pelo Inpe depois da COP-26.

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No passado, quando o desmatamento estava em baixa, o governo brasileiro costumava lançar essas informações durante as Conferências do Clima para jogar confete na própria cabeça e celebrar o sucesso de sua política ambiental.

Agora, com o desmatamento em alta, o risco era de que o Brasil recebesse algumas pedradas na cabeça em Glasgow, como bem colocou o general-vice Mourão antes da COP.

(Via ClimaInfo)

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