ONU: Novos recordes de temperatura exigem “mudanças rápidas e profundas”

Secretário-geral da ONU também observou que boas iniciativas têm sido feitas/Foto: Jean-Marc Ferré/ONU/Fotos Públicas

O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, alertou na quinta-feira, 1º de agosto, para o aumento do aquecimento global e o crescimento de tensões políticas em todo o mundo.

Em entrevista a jornalistas na sede da ONU, em Nova York, Guterres disse que “ambos são perigosos e evitáveis.”

O chefe da ONU lembrou que o mês de julho igualou, ou superou, o mês mais quente da história registrada. Em junho, o mesmo recorde já havia sido batido.

Isso significa que o mundo caminha para que os anos entre 2015 e 2019 sejam os cinco anos mais quentes já observados.

“Prevenir a mudança climática irreversível é a corrida das nossas vidas e pelas nossas vidas”, alertou Guterres. Segundo ele, esta “é uma corrida que podemos e devemos vencer.”

Encontro
O chefe da ONU aproveitou a ocasião para convocar a sociedade global para a Conferência sobre Ação Climática que será realizada em 23 de setembro, em Nova York. Guterres disse aos líderes convidados que o preço do ingresso para participar no encontro “é uma ação ousada e uma ambição muito maior.”

Segundo os cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas), para evitar os piores impactos da mudança climática é necessário limitar os aumentos de temperatura média do planeta a 1,5ºC. Alcançar esse objetivo exige uma redução nas emissões de gases do efeito estufa em 45% até 2030 e a neutralidade de carbono até 2050.

Planos concretos
O chefe da ONU disse aos líderes que não participem no encontro “com belos discursos”, mas sim “com planos concretos e passos claros para melhorar as contribuições determinadas a nível nacional até 2020 e estratégias para a neutralidade de carbono até 2050.”

O secretário geral disse que há boas notícias. Segundo ele, “em todo o mundo, governos, empresas e cidadãos estão se mobilizando para enfrentar a crise climática.”

Auxílio tecnológico
A tecnologia também está ajudando, fornecendo energia renovável a um custo muito menor do que a economia movida a combustíveis fósseis. A energia eólica solar e eólica são agora as fontes mais baratas de energia nova em praticamente todas as principais economias.

Guterres deu depois exemplos de várias iniciativas, na Noruega, Chile, Finlândia, Reino Unido, Ilhas Marshall, Etiópia, Nova Zelândia, Fiji e Paquistão.

Mudanças rápidas e profundas
Mencionou também alguns dados sobre o mundo empresarial. Segundo ele, os gestores de ativos que representam quase metade de todo o capital investido no mundo estão exigindo ação climática urgente, pedindo aos líderes globais que eliminem os subsídios aos combustíveis fósseis e coloquem um preço significativo no carbono.

Em relação às Nações Unidas, o Pacto Global já conseguiu o apoio de empresas com um valor combinado de mais de US$ 1,3 trilhão e esse número está crescendo rapidamente.

Guterres conclui dizendo que o mundo “precisa de mudanças rápidas e profundas na forma como faz negócios, gera energia, constrói cidades e alimenta o mundo.”

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