Nova publicação conecta refeições escolares, nutrição e sistemas alimentares

Além das vantagens imediatas para as crianças, as modificações nas iniciativas globais de alimentação escolar podem gerar ações ambientalmente sustentáveis impulsionadas pela demanda local nos sistemas alimentares. Foto: © WFP/Arete/Fredrik Lerneryd.
Além das vantagens imediatas para as crianças, as modificações nas iniciativas globais de alimentação escolar podem gerar ações ambientalmente sustentáveis impulsionadas pela demanda local nos sistemas alimentares/Foto: © WFP/Arete/Fredrik Lerneryd.

Por ONU News

O Consórcio de Pesquisa para Saúde e Nutrição Escolar, parte da Coalizão Global para a Alimentação Escolar e coordenado pela London School of Hygiene & Tropical Medicine, organizou um seminário virtual no dia 24 de janeiro para promover o documento School Meals and Food Systems: Rethinking the consequences for climate, environment, biodiversity and food sovereignty (“Alimentação Escolar e Sistemas Alimentares: Repensando as consequências para o clima, o meio ambiente, a biodiversidade e a soberania alimentar”, em tradução livre), lançado em dezembro de 2023 durante a COP28.

O Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil faz parte do Consórcio de Pesquisa desde setembro de 2023 e contribuiu para o documento, especialmente no capítulo 4, que discute a aquisição de alimentos com uma abordagem de alimentação escolar com compras locais. O relatório completo pode ser acessado aqui.

Eliene Sousa, da equipe de Projetos do Centro de Excelência, disse que essa foi uma grande oportunidade de poder contribuir com um documento importante para a implementação de programas de alimentação escolar vinculados a sistemas alimentares sustentáveis:

“É um documento que valoriza muito a questão climática e a redução da produção de carbono ligada à alimentação escolar”.

O documento indica duas áreas principais em que os programas de alimentação escolar podem promover mudanças sistêmicas: influenciar crianças em idade escolar e adolescentes a terem uma melhor nutrição e relação com os alimentos e promover sistemas alimentares sustentáveis por meio da aquisição local de alimentos.

A alimentação escolar oferece vantagens que vão além da nutrição: ela aumenta a matrícula escolar, a frequência, o desempenho acadêmico e o desenvolvimento cognitivo, além de reduzir as taxas de evasão escolar, principalmente entre as meninas.

Além das vantagens imediatas para as crianças, as modificações nas iniciativas globais de alimentação escolar podem gerar ações ambientalmente sustentáveis impulsionadas pela demanda local nos sistemas alimentares. Isso é especialmente evidente quando a demanda por refeições escolares é integrada à produção agrícola local e de pequena escala, como se vê na abordagem de alimentação escolar com compras locais.

Donald Bundy, Professor de Epidemiologia e Desenvolvimento da London School of Hygiene & Tropical Medicine e membro do Consórcio de Pesquisa para Saúde e Nutrição Escolar, reiterou que a escola é uma das principais formas de impactar crianças e adolescentes em idade escolar, especialmente por meio dos programas de alimentação escolar, que foram severamente afetados pela pandemia da COVID-19.

“Durante a pandemia, as escolas foram fechadas, e isso teve consequências significativas, como a interrupção da educação e grandes consequências sociais”.

Próximos passos

Em 2024, o consórcio de pesquisa pretende disseminar o documento, realizar análises no nível nacional, avaliando os impactos específicos que a transformação do sistema alimentar tem na alimentação escolar, webinars periódicos sobre tópicos específicos e análises de cenário.

O Centro de Excelência também promove trocas sobre as melhores práticas de alimentação escolar entre o Brasil e outros países do Sul Global por meio da iniciativa Visita de Estudo Virtual: Brasil, criada em 2021. Ela abrange os aspectos mais significativos das mensagens comunicadas durante uma visita in loco ao Brasil, apoiando a disseminação dos elementos-chave que têm sido fundamentais para o sucesso das políticas brasileiras no combate à fome e à insegurança alimentar.

 

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