Salvador submersa? Exposição alerta para riscos da emergência climática!

Exposição mostra áreas de Salvador submersas com aumento do nível do mar

Uma cidade com vários pontos turísticos invadidos ou submersos pela água do mar. É assim que Salvador pode ficar daqui a 78 anos, de acordo com o cenário previsto pela agência Climate Central e projetado na exposição Salvador 2100, lançada neste domingo, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, no piso L2 do Salvador Norte Shopping.

A exibição gratuita é organizada pela Comissão Especial de Emergência Climática e Inovação da Câmara de Vereadores de Salvador junto às redes internacionais C40, Fundação Konrad Adenauer, GIZ, ICLEI e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PnuD).

Os alertas feitos pelo novo relatório do IPCC

A exposição tem fotos aéreas de 15 locais de Salvador seguidas de projeções de como esses espaços ficarão com o aumento do nível do mar. Entre os locais retratados estão pontos turísticos famosos como o Porto da Barra, Mercado Modelo, Ilha dos Frades e até trecho do Sistema Ferroviário do Subúrbio de Salvador, desativado para a construção do VLT do Subúrbio.

Para a diretora ProAdapta/ GIZ, Ana-Carolina Câmara, a exposição cumpre um papel positivo de conscientizar a população: “As ameaças decorrentes da mudança do clima são particularmente pronunciadas nas cidades. No caso específico de Salvador, onde, em função da topografia irregular e das características da expansão urbana, aproximadamente metade da população vive em áreas vulneráveis. Neste contexto, a exposição Salvador 2100 consolida-se como uma iniciativa arrojada para voltar a atenção dos riscos associados à mudança do clima não apenas à infraestrutura e à população soteropolitana, mas também, aos patrimônios histórico, cultural e natural”.

Metodologia das projeções

As projeções foram feitas considerando uma elevação do nível do mar de 55 centímetros em 2100, o que vai ocorrer caso a temperatura média do planeta aumente em 1,5ºC, de acordo com Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC). “Essa é uma previsão até otimista, pois caso o planeta fique 3ºC mais quente, o aumento do nível do mar vai ser de mais de 1 metro, ocasionando muitas outras perdas para a cidade”, explica a arquiteta e curadora da exposição, Manuela Accioly.

“A crise climática já está aqui. As chuvas na Bahia, Rio, Minas, Pernambuco com a trágica perda de vidas, as secas que afetam a produção de comida e os preços da eletricidade, as ondas de calor que assola nossas cidades a cada verão, são todos sinais claros da velocidade com que o clima está mudando pela ação do ser humano. As imagens dessa exposição mostram como não há outra opção a não ser tomar ações urgentes e efetivas já para reduzir emissões e preparar nossas cidades para minimizar os impactos climáticos”, comentou Ilan Cuperstein, vice-diretor regional da C40 para América Latina.

“Os impactos da mudança do clima já podem ser sentidos, e a exposição Salvador 2100 materializa brilhantemente um senso de urgência que todos nós precisamos ter. No Brasil e no mundo, temos a missão de promover o desenvolvimento sustentável, que através do apoio a esta exposição acreditamos estar um passo mais perto dos nossos objetivos”, afirma Anja Czymmeck, diretora da Fundação Konrad Adenauer no Brasil.

Ressacas e redução da faixa de areia

Engenheiro ambiental e presidente da comissão que organiza a exposição, o vereador André Fraga (PV) também destacou a importância desse debate. “A capital baiana tem cerca de 50 quilômetros de orla que já estão sentindo os efeitos das mudanças climáticas com ressacas cada vez mais fortes e redução da faixa de areia. A tendência pro futuro é piorar. Precisamos nos preparar para este cenário”, argumenta.

A comissão é formada ainda por Ireuda Silva (Republicanos), Sidininho (Podemos), Ricardo Almeida (PSC), Daniel Alves (PSDB), Roberta Caires (PP), Marta Rodrigues (PT), Suíca (PT) e Geraldo Júnior (MDB). “Trata-se de um grupo de trabalho formado para contribuir com a cidade no enfrentamento dos desafios causados pelas mudanças climáticas. A exposição é fruto concreto desse trabalho”, diz André.

“A exposição Salvador 2100 ajuda a materializar a percepção do dano, e do impacto potencial da omissão ante a crise climática. As cidades brasileiras, apesar de todo o esforço das prefeituras, já vem sofrendo danos estruturais e convivendo com perdas de vidas, essas irreparáveis. A mudança só virá se houver uma consciência coletiva em relação à sua necessidade. E a arte é o instrumento mais poderoso para mudar hábitos e sensibilizar a todos para a importância da agenda climática”, comentou Rodrigo Perpétuo, diretor-executivo para a América do Sul do ICLEI.

Serviço

O quê? Exposição Salvador 2100.
Onde? No piso L2 do Salvador Norte Shopping (em frente a loja Brooksfield).
Quando? A partir do dia 5 de junho de 2022, no horário de funcionamento do shopping.
Ingressos: Gratuito.

 

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