Vazamentos de metano serão monitorados por ferramentas de IA do Google

Monitoramento será feito por satélite, previsto para começar a operar em março, e vai focar nas emissões de metano das instalações de petróleo e gás.
Monitoramento será feito por satélite, previsto para começar a operar em março, e vai focar nas emissões de metano das instalações de petróleo e gás/Foto: Chris LeBoutillier/Unsplash

Por ClimaInfo

O Environmental Defense Fund (EDF) receberá um apoio de peso para monitorar as emissões de metano, gás quase 90 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2) no agravamento do efeito estufa. O Google irá ajudar a organização a rastrear e atribuir as emissões observadas pelo satélite MethaneSAT, programado para entrar em órbita em março.

A parceria visa a aplicação da Inteligência Artificial (IA) e da experiência em mapeamento do Google aos dados de um satélite de alta potência. O objetivo é identificar as emissões de metano e, a partir disso, gerar oportunidades para ações climáticas mais agressivas de governos e da indústria de combustíveis fósseis, explica a Bloomberg, já que o foco do monitoramento será em instalações de petróleo e gás.

Os dados captados pelo MethaneSAT serão processados ​​pelas ferramentas de IA do Google e utilizados para gerar um mapa de metano. O documento será publicado no Earth Engine, mas isso não se dará em tempo real, mas sim com dados enviados pelo satélite no decorrer das semanas.

A gigante da tecnologia informou que, ao identificar um vazamento significativo de metano, não notificará a empresa proprietária da infraestrutura responsável por ele, de acordo com a BBC. “Nosso trabalho é disponibilizar a informação”, afirmou o Google, acrescentando que os governos e os reguladores terão acesso à ferramenta e que “caberia a eles forçar quaisquer mudanças”.

A Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em Inglês) afirmou que a indústria global de energia foi responsável pela emissão de 135 milhões de toneladas de metano em 2022, número ligeiramente abaixo dos níveis recordes de 2019, informa o Financial Times, em matéria traduzida pela Folha. Satélites detectaram mais de 500 eventos de “superemissão” em 2022 em operações de petróleo e gás, além de outros 100 eventos desse tipo em minas de carvão, que podem liberar metano durante ou após as operações.

Em tempo: o metano também é gerado em aterros sanitários e lixões, a partir da decomposição de material orgânico. E houve mais de 1.000 supervazamentos do gás nessas estruturas desde 2019. Um total de 1.256 eventos de super-emissões de metano ocorreram entre janeiro de 2019 e junho de 2023, de acordo com a análise do Guardian a partir de dados de satélite.

Paquistão, Índia e Bangladesh lideram a lista de países com maiores vazamentos, seguidos por Argentina, Uzbequistão e Espanha. O jornal informa que a decomposição de resíduos é responsável por cerca de 20% das emissões de metano causadas pela ação humana. Já as operações de combustíveis fósseis causam 40% das emissões.

 

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