Brasileira está entre jovens líderes que aconselharão ONU no combate às mudanças climáticas

A brasileira Paloma Costa Oliveira (3 da esquerda para a direita) é advogada e defensora de direitos humanos que coordenou as delegações de jovens em várias conferências climáticas

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciou na segunda-feira, 27 de julho, os nomes de sete jovens líderes climáticos – entre eles, uma brasileira – que o aconselharão regularmente sobre a aceleração de ações e ambições globais para enfrentar a piora da crise climática.

O anúncio marca um novo esforço das Nações Unidas para trazer mais jovens líderes para os processos de tomada de decisão e planejamento, enquanto a ONU trabalha para mobilizar a ação climática como parte dos esforços de recuperação da Covid-19.

“Estamos em uma emergência climática. Não temos o luxo do tempo”, disse o secretário-geral em um vídeo anunciando a criação do Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudanças Climáticas. “Precisamos de ações urgentes agora – para nos recuperarmos melhor da Covid-19, para enfrentar a injustiça e a desigualdade e enfrentar a ruptura climática.”

“Vimos jovens na linha de frente da ação climática, mostrando como é a liderança ousada”, acrescentou. “É por isso que estou lançando hoje meu Grupo Consultivo da Juventude sobre mudanças climáticas – para fornecer perspectivas, ideias e soluções que nos ajudarão a ampliar a ação climática.”

Os membros do Grupo Consultivo representam as diversas vozes de jovens de todas as regiões e pequenos Estados insulares. Oferecerão perspectivas e soluções sobre mudanças climáticas, da ciência à mobilização da comunidade, do empreendedorismo à política e da indústria à conservação.

Os membros recém-selecionados do Grupo, com idades entre 18 e 28 anos, são:

Nisreen Elsaim (Sudão) é ativista climática e negociadora júnior em plataformas intergovernamentais de mudança climática, com experiência em vários tópicos ambientais, e fez parte do movimento social que promoveu mudanças democráticas no Sudão.

Ernest Gibson (Fiji) é o co-coordenador da 350 Fiji, uma rede regional de mudança climática liderada por jovens.

Vladislav Kaim (Moldávia) é um jovem economista comprometido em garantir empregos verdes e decentes para os jovens, com ampla experiência em comércio internacional e migração.

Sophia Kianni (Estados Unidos) ajudou a organizar greves em todo o país e construiu uma rede de organizações sem fins lucrativos como parte da Equipe de Parcerias Nacionais Zero Hora.

Nathan Metenier (França) é o diretor político do ‘Jeunes Ambassadeurs pour le Climat’, onde ajudou a desenvolver a coalizão jovem francesa para o clima.

Paloma Costa Oliveira (Brasil) é advogada e defensora de direitos humanos, e coordenou as delegações de jovens em várias conferências climáticas.

Archana Soreng (Índia) tem experiência em advocacy e pesquisa e trabalha para documentar, preservar e promover o conhecimento tradicional e as práticas culturais das comunidades indígenas.

Os sete membros iniciais do Grupo foram escolhidos para dar conselhos francos e destemidos ao secretário-geral, em um momento de crescente urgência em levar líderes governamentais e corporativos a prestar contas sobre a ação climática.

“Nossos ancestrais têm protegido a floresta e a natureza ao longo dos tempos através de seus conhecimentos e práticas tradicionais. Agora cabe a nós sermos os pioneiros no combate à crise climática”, disse Soreng.

“A emergência climática é uma ameaça à vida, e a ação climática é a única maneira de libertar nosso futuro”, disse Oliveira.

Para Metenier, a ação climática não é apenas reduzir as emissões de gases de efeito estufa, mas também criar empregos verdes em um mundo pós-Covid-19, preservar nossa saúde e biodiversidade e proteger as comunidades mais pobres e marginalizadas.

“Como iraniano-americano, testemunhei em primeira mão o efeito devastador que a mudança climática está tendo no Oriente Médio. É crucial que os líderes mundiais permaneçam como uma frente unida enquanto trabalhamos para combater a crise climática e a injustiça racial”, afirmou Kianni.

Na opinião de Kaim, tomar uma ação climática significa contribuir da maneira mais direta possível para a grande redefinição da ordem econômica global, “uma ordem na qual a natureza reconquistará seu lugar de direito como o principal ativo tangível seguro que nunca ficará ocioso”.

“A ação climática é importante porque a história que quero contar aos meus filhos é a de como enfrentamos o maior desafio que o mundo já viu e vencemos. Nós venceremos por eles”, disse Gibson.

“Tomar a ação certa é a maior motivação. Manter o nosso trabalho é a única solução e não precisamos pensar duas vezes. A cada desafio, há muitas oportunidades, mas devemos fazer isso juntos”, afirmou Elsaim.

O estabelecimento do Grupo baseia-se na bem-sucedida Cúpula da Juventude para o Clima realizada no ano passado – a primeira vez que um secretário-geral da ONU convocou uma cúpula para jovens inteiramente dedicados à ação climática.

A Cúpula reuniu mais de 1 mil jovens campeões do clima de mais de 140 países para compartilhar suas soluções no cenário global e transmitir uma mensagem clara aos líderes mundiais: precisamos agir agora para enfrentar a crise climática. A iniciativa também está alinhada com a visão do secretário-geral para a Estratégia da Juventude da ONU, lançada em setembro de 2018.

(Via ONU News)

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