CEBDS lança plataforma para acelerar soluções empresariais que preservem a natureza

Plataforma será lançada pelo CEBDS durante a COP15 da Biodiversidade, no Canadá/Foto: Anne Nygård/Unsplash

Com o objetivo de auxiliar as empresas a desempenhar um papel de liderança na proteção e gestão de ecossistemas, o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) lançará a Plataforma de Ação pela Natureza, que terá dois eixos de atuação, cada qual com um projeto piloto: Impacto Positivo e Soluções Climáticas Naturais. A apresentação do programa será realizada durante a COP 15, Conferência da ONU sobre Biodiversidade, na quinta-feira, 15 de dezembro.

Com este lançamento, o Conselho promove um movimento pioneiro do setor privado para entender, proteger e gerir suas dependências e impactos na biodiversidade através da implementação coletiva das novas estruturas, metas científicas e legislações internacionais.

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A plataforma será lançada em parceria com o WBCSD (World Business Council for Sustainable Development) a TNFD (Taskforce on Nature-related Financial Disclosure). Os pilotos terão a curadoria técnica de parceiros nacionais e internacionais, que apoiarão as empresas em suas jornadas individuais e comuns.

“Com a Plataforma, o CEBDS vai apoiar as empresas que querem estar na vanguarda da gestão consciente da biodiversidade, utilizando metas científicas e ferramentas de reporte. Queremos oferecer aos associados a possibilidade de alinhamento setorial e territorial de prioridades. As empresas Brasileiras entendem a urgência e importância de agir imediatamente e de forma coordenada”, comenta Ricardo Mastroti, diretor executivo do CEBDS.

Impacto Positivo

O primeiro eixo, de Impacto Positivo, contará com um grupo formado por empresas que implementarão coletivamente a força-tarefa para divulgação financeira relacionada à natureza (TNFD).

O CEBDS, juntamente ao TNFD, mobilizará e coordenará parceiros técnicos para apoiar as empresas na implementação de diretrizes comuns e parâmetros de processos, atividades, dependências e impactos de três setores: energia, uso da terra (incluindo alimentos, agricultura e silvicultura) e infraestrutura, cujas cadeias de valor representam cerca de 90% da pressão sobre a biodiversidade.

O grupo desenvolverá ainda um mapa de sobreposição geográfica de suas dependências e impactos, priorizando os territórios mais vulneráveis em termos de perda de biodiversidade, para coletivamente definir estratégias comuns para ações compartilhadas de mitigação.

“Dados alarmantes como o fato de termos 70% do ecossistema terrestre e 66% do marinho significativamente alterados, as empresas precisam entender como mitigar e adaptar os seus processos de forma transparente, coletiva e colaborativa”, acrescenta Henrique Luz, gerente técnico do CEBDS.

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Soluções Climáticas Naturais

Já o segundo eixo, Soluções Climáticas Naturais, que será desenvolvido em parceria com o WBCSD, terá como foco a Amazônia, visando a geração de créditos de carbono através da promoção de Soluções Baseadas na Natureza (SbN), que podem fornecer até 37% das reduções de emissões necessárias para limitar o aquecimento global a 2°C.

O piloto pretende mobilizar um grupo de empresas com atividades comerciais diretamente relacionadas à silvicultura, agricultura ou outro uso da terra. Este piloto também contará com o apoio técnico de parceiros nacionais e internacionais tanto para o mapeamento da qualidade e integridade das soluções baseadas na natureza existentes, quanto para o seu potencial de emissão de créditos de carbono.

O grupo de empresas irá priorizar o apoio à soluções escaláveis que tragam ganhos para a biodiversidade, integridade do ecossistema, impacto social substantivo e benefícios econômicos para comunidades e povos indígenas. Este piloto visa, fundamentalmente, a proteção contra riscos climáticos através da melhora da resiliência e adaptabilidade das paisagens.

“Existe uma necessidade financeira e regulatória de que as empresas estabeleçam metas de neutralidade de carbono. Esta jornada começa por entender e descarbonizar as emissões de suas operações. Entretanto, em muitos casos, seja pela natureza de suas operações ou pelo estágio de desenvolvimento tecnológico, ‘zerar’ emissões não é possível, assim a demanda por créditos de carbono voluntários cresce exponencialmente. A regulamentação deste mercado caminha a passos largos, mas a oferta deste tipo de créditos ainda é limitada”, acrescenta o gerente técnico do CEBDS.

Entre as empresas que já confirmaram participação na Plataforma estão: Natura, Petrobras, Vale, Bracell, Suzano, Eletrobras e Renner. Os parceiros técnicos, além do WBCSD e da TNFD, são IPAM, ERM, Future Carbon, EY, Biofílica, ReGreen e Nature Climate Alliance.

O programa está aberto até março de 2023 à participação de novas companhias interessadas.

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