Na Europa, poluição já responde por 10% dos casos de câncer

Número pode, contudo, diminuir de forma drástica se as políticas existentes forem objeto de atualização rigorosa, especialmente a luta contra a poluição/Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Agência Europeia do Ambiente (AEA) informou nesta terça-feira, 28 de junho, que cerca de 10% dos casos de câncer na Europa estão ligados à poluição, em suas diversas formas, e seriam evitáveis na maioria das situações.

“A exposição à poluição do ar, ao tabagismo passivo, aos raios ultravioletas, ao amianto, a alguns produtos químicos e a outros poluentes está na origem de mais de 10% dos cânceres na região”, reforçou a AEA por meio de um comunicado.

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Embora seja alarmante, o índice pode ser reduzido, consideravelmente, se as políticas existentes forem objeto de atualização rigorosa, especialmente a luta contra a poluição. “Todos os riscos cancerígenos ambientais e profissionais podem ser reduzidos”, ponderou Gerardo Sanchez, um perito da AEA, sobre o documento, o primeiro da agência sobre a relação entre câncer e meio ambiente.

De acordo com dados da AEA, a poluição do ar é responsável por 1% dos casos e 2% das mortes, índice que sobe para 9% no caso específico do câncer de pulmão. Estudos recentes detectaram também “correlação entre a exposição em longo prazo às partículas, um poluente atmosférico importante, e a leucemia entre adultos e crianças”, informou a agência.

Principais gases e substâncias

O radão – gás radioativo natural suscetível de ser inalado, nomeadamente em habitações pouco arejadas – é considerado responsável por 2% dos casos de câncer no Velho Continente.

Segundo a AEA, os ultravioletas – de origem principalmente solar, mas também artificial – são responsáveis por cerca de 4% de todos os casos da doença, particularmente do melanoma, uma forma grave de câncer de pele que aumentou fortemente na Europa nas últimas décadas.

Algumas substâncias químicas utilizadas nos locais de trabalho e liberadas no ambiente são também cancerígenos.

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Chumbo, arsênico, crômio, pesticidas, bisfenol A e as substâncias perfluoroalquílicas (PFAS, na sigla em Inglês), usadas entre outras aplicações na alimentação, estão entre as mais perigosas para a saúde dos europeus, tal como o amianto, proibido na União Europeia (UE), mas ainda presente em diversos edifícios.

Na UE, todos os anos 2,7 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer, das quais 1,3 milhão morrem. A Europa, que representa cerca de 10% da população mundial, tem 23% dos novos casos e 20% das mortes.

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