O mundo deve parar a “guerra contra a natureza” e encontrar mais vontade política para combater as mudanças climáticas, disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, no domingo, 1º de dezembro, véspera da 25ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-25), realizada a partir desta segunda-feira (2) em Madri, na Espanha.
Eventos climáticos extremos no mundo inteiro, como cheias e queimadas, estão ligados ao aquecimento global causado pelo homem. Eles pressionam o encontro de cúpula para fortalecer a implementação do Acordo de Paris, de 2015, para limitar o aumento de temperatura.
“Nossa guerra contra a natureza deve parar e sabemos que é possível”, disse Guterres, antes da cúpula, que vai de 2 a 13 de dezembro.
“Simplesmente precisamos parar de cavar e perfurar para aproveitarmos as vastas possibilidades oferecidas pelas energias renováveis e pelas soluções baseadas na natureza.”
Falta vontade política
Os cortes nas emissões de gases de efeito estufa, principalmente da queima de combustíveis fósseis à base de carbono, que foram pactuados no Acordo de Paris não são suficientes para limitar o aumento da temperatura entre 1,5 e 2 graus Celsius acima dos níveis anteriores à industrialização.
Muitos países nem mesmo alcançam esses objetivos, e falta vontade política, disse Guterres.
O presidente Donald Trump iniciou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris.
O desmatamento da floresta amazônica, uma reserva de carbono importante, se acelerou.
A China construiu mais usinas de carvão.
No total, 70 países se comprometerem ao objetivo de terem emissões neutras até 2050.
Isso significa que eles vão equilibrar as emissões de carbono com tecnologias de captura do gás ou plantando árvores.
Guterres, no entanto, disse que isso não é suficiente. “Os grandes emissores não estão fazendo sua parte, e com eles, nossas metas são inatingíveis”, ele afirmou.
No encontro do ano passado, na Polônia, criou-se uma forma de relatar e monitorar os compromissos de redução, mas ainda há discordâncias, especialmente em sobre como precificar as emissões e permitir que elas sejam negociadas.
(Via Reuters)