6 passos para uma jornada ESG dentro das empresas

Para conquistar (e não perder) público e uma reputação positiva, as empresas precisam abraçar com urgência essas causas e transformá-las em compromissos sérios/Foto: eureciclo/Divulgação
Os pilares de ESG, ou sustentabilidade, sociedade e governança, não param de aparecer em manchetes e discussões. Para conquistar (e não perder) público e uma reputação positiva, as empresas precisam abraçar com urgência essas causas e transformá-las em compromissos sérios, seja para seguir a lei ou para sobreviver no mercado. Mas essa jornada pode começar por seis mudanças de mindset, segundo Daniela Klaiman, um dos principais nomes brasileiros na futurologia.

Jornada sustentável: por onde começar

Empresas de todos os portes devem implementar ações com foco nos três pilares ESG para não ficarem para trás, mas pouca gente sabe por onde começar. “É possível implementar seis atitudes iniciais”, conta Klaiman:
1. Abrace o propósito e a transformação: explique para a sociedade o motivo da sua empresa existir, o que traz de bom para a comunidade e como pode mudar a vida das pessoas para melhor. Isso mostra que a marca é aliada da sociedade e do mundo;
2. Mude o foco de shareholder para stakeholder: coloque em prática o tão falado capitalismo de stakeholder, cujo foco é agradar os consumidores, a sociedade, os colaboradores e o planeta, e não mais apenas os acionistas. Trata-se de uma visão bem ampla e includente;
3. Não gere lucro, gere valor: o foco deve estar no valor que pode gerar por meio dos produtos ou serviços e não na receita e no lucro, que são apenas uma consequência. Isso mostra que é uma empresa atualizada, que está atenta aos conceitos de coletivo, moderno e tecnológico;
4. Planeje também a longo prazo: não podemos mais pensar só no que vai acontecer no futuro breve, mas principalmente no médio e longo prazo. Com o foco apenas no presente o próprio conceito de sustentabilidade se perde, já que ele leva em conta a conservação e a tomada de ações que proporcionem condições necessárias para a sobrevivência das próximas gerações. Como fazer isso sem olhar para frente?;
5. Entenda a diferença entre diminuir o impacto e causar impacto positivo: evitar o impacto negativo não é mais suficiente. Já destruímos muito e não tem outro jeito de melhorar o cenário que não seja regenerar. O esforço é maior, sem dúvida, mas é assim que vamos garantir uma renovação contínua da natureza. Não tente fugir, porque o mundo corporativo tem papel fundamental nessa história;
6. Não existe protagonismo no ESG: não queira ser o protagonista. Na busca por um futuro melhor é necessário agir coletivamente. Estamos falando de um ecossistema, cada um tem sua importância. Colaborar é fortalecer os elos dessa corrente – e não se engane, a sua empresa é apenas um deles, mas tão fundamental quanto os demais.
Unir essas ações à tecnologia é a maneira mais simples de colocar em prática uma jornada ESG. “Com isso, podemos tornar o processo escalável, além de garantir transparência e segurança”, explica Thiago Carvalho Pinto, CEO da eureciclo, certificadora de logística reversa de embalagens.
Por meio de um sistema que tem como base a inovação, a certificadora ajuda as empresas a entrarem nessa jornada promovendo a compensação ambiental de suas embalagens. “Existe uma enorme dificuldade de realizar a logística reversa e a reciclagem dos resíduos sólidos em um país tão grande como o Brasil, porque uma embalagem comercializada no sul do país pode ser descartada, por exemplo, no norte”, explica o CEO. “Quando a marca se compromete com essa causa e investe na cadeia de reciclagem, conseguimos garantir que uma quantidade equivalente foi efetivamente reciclada na região certa”, diz.

Impacto positivo

É uma maneira de cumprir a lei, que já instituiu como meta a reciclagem de pelo menos 22% das embalagens colocadas no mercado, “com total transparência e amparo jurídico”, segundo ele. Muitas empresas de consumo já internalizaram a necessidade de causar impacto positivo e estão trabalhando com a eureciclo para tornar suas marcas regenerativas. “Cerca de 20% dos nossos clientes fazem a compensação ambiental de mais embalagens do que exigido por lei. Isso mostra uma tendência no setor”, complementa.
Mas há um ponto ainda mais importante no processo, principalmente quando falamos de ESG: o valor investido pelas empresas que aderem ao sistema da eureciclo chega como renda adicional aos profissionais do setor, gerando uma valorização extremamente necessária. É dar a esses atores a chance de viverem dignamente, com uma remuneração mais justa pelo serviço ambiental prestado”, completa o CEO.

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