Metas insuficientes dos países sinalizam fracasso na COP27

Compromissos nacionais de redução de emissões apresentados até agora são insuficientes para conter o aquecimento do planeta em 1,5oC neste século em relação ao período pré-industrial/Foto: Mike Erskine/Unsplash

Via ClimaInfo

Faltando apenas dez dias para a abertura da Conferência do Clima de Sharm El-Sheikh (COP27), os governos seguem bem atrasados na corrida pela implementação dos objetivos climáticos do Acordo de Paris.

Uma análise divulgada na quarta-feira, 26 de outubro, pela Convenção Clima da ONU (UNFCCC) mostrou que os países continuam tropeçando quando o assunto é ambição climática, e os compromissos nacionais de redução de emissões apresentados até agora são insuficientes para conter o aquecimento do planeta em 1,5ºC neste século em relação ao período pré-industrial.

21 recados fundamentais do novo relatório do IPCC

De acordo com a UNFCCC, a somatória das promessas de mitigação dos países, formalizadas em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), resultaria em um planeta cerca de 2,5ºC mais quente ao final deste século.

Outro dado preocupante é o volume de emissões projetadas para 2030: enquanto o IPCC recomenda uma queda de 45% do total de gases de efeito estufa liberados pela humanidade ao final desta década em relação a 2010, as NDCs garantem um cenário de aumento de 10,6% dessas emissões.

Últimos sete anos foram os mais quentes do planeta

Fortalecer e implementar os planos

“Ainda não estamos nem perto da escala e do ritmo das reduções de emissões necessárias para nos colocar no caminho de um mundo de 1,5ºC. Para manter esse objetivo vivo, os governos nacionais precisam fortalecer seus planos de ação climática agora e implementá-los nos próximos oito anos”, destacou Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC.

Stiell classificou como “decepcionante” o fato de apenas 26 países terem submetido compromissos climáticos revisados desde a COP26, no ano passado. “As decisões e ações dos governos devem refletir o nível de urgência, a gravidade das ameaças que enfrentamos e a brevidade do tempo que resta para evitar as consequências devastadoras das mudanças climáticas desordenadas”.

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*